segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Como "funcionam" os "tratamentos espirituais"

Problemas existem por causa de nossas imperfeições. Mas ao invés de encararmos o desafio de resolvê-los, para desenvolver nossas aptidões, preferimos a preguiçosa iniciativa de pedir para que forças do além resolvam para nós. Um cacoete muito comum das religiões, onde Deus é transformado em Servo da humanidade (ué, os servos de Deus não éramos nós?), adiando essa grande oportunidade de crescimento espiritual.

Mas espíritos inferiores, disfarçados de superiores, adoram isso. É uma excelente oportunidade de sugar a energia de encarnados, já que esses espíritos, apesar de não terem o corpo, mantém os anseios materialistas, necessitando de alguém vivo para satisfazer seus desejos.

Tratamentos espirituais não deveria existir, mas existem. E podem ser nocivos, no caso do Espiritolicismo, essa versão imbecil da Doutrina Espírita, sincrética, mística, materialista e enganadora, que tem feito a alegria de dirigentes, médiuns, palestrantes e até de espíritos inferiores, emperrando de uma vez por todas qualquer tentativa de evolução espiritual, sobretudo a intelectual.

Não quero dizer que não exista auxílio espiritual. Existe o bom auxílio sim, mas longe da maioria dos centros espíritas que se propõem para tal. Normalmente, ele não é dado desta forma, além de que é indispensável o entendimento detalhado das obras de Allan Kardec, para a sua correta execução. Mas o que chamam de "tratamento espiritual", nada tem a ver com isso, tendo muito mais semelhanças com o que já é feito nas igrejas pentecostais, como a Universal.

Como se dá o "tratamento espiritual"?

Eu falei que os "tratamentos", altamente ritualísticos e quase materialistas (tratamento de doenças materiais), servem mais para satisfazer os anseios de espíritos inferiores, que dependem de encarnados para absorver energia fluídica.

Se dá da seguinte maneira: uma pessoa que tem um problema, procura um "centro espírita" para se tratar. O primeiro tratamento dá certo, para que a pessoa tratada perceba a eficiência do procedimento. Mais tarde, o problema volta ou outro problema aparece. A pessoa, vendo o "sucesso" do tratamento, retorna. E um ciclo vicioso começa a acontecer, para manter a pessoa vinculada aos espíritos que participam do processo.

Esse vínculo é importante para os espíritos materialistas, pois transforma a pessoa tratada em uma espécie de escrevo de suas vontades. Com o tempo, a pessoa vai acumulando problemas e mais problemas, apesar de quase nunca morrer (só em casos raros e bem específicos), já que ele precisa estar vivo para ser sugado pelos vampiros do além.

Isso é muito ruim, pois a vida da pessoa só vai piorando, servindo de "tiro pela culatra" em relação ao objetivo original de se livrar de um problema.

Não é melhor esquecer a influência nefasta dessa pirataria doutrinária e procurar resolver os problemas por conta própria? Espiritismo, só o de Kardec e ele é que poderá servir de apoio real para que com a sua valiosa lição, possamos resolver com muito mais facilidade e eficiência os problemas cotidianos, sem a intervenção de entidades não-confiáveis.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

"Movimento espírita" não consegue explicar suas contradições

O "movimento espírita", sabemos, está reagindo contra as contestações que se multiplicam na Internet e agravam a crise que vive a doutrina brasileira.

Seus líderes, se afirmando tristes diante de "lamentáveis ocorrências", reclamam da falta de misericórdia, compreensão e até "conhecimento da doutrina" por parte dos questionadores, e afirmam que estes é que estão sendo incomodados com a "missão de amor e fraternidade" que o "espiritismo" brasileiro simboliza em tese.

O grande problema é que esses líderes, que estufam seus peitos mesmo diante do coitadismo para dizer que os contestadores estão "confusos", mal sabem a confusão que está dentro deles. Afinal, se existe contestação, ela ocorre pelas contradições que os "espíritas" têm em abraçar, em tese, tanto o cientificismo de Allan Kardec quando o igrejismo de Francisco Cândido Xavier.

Observamos algumas páginas "espíritas" recentes, sem deixarmos de analisar também os "exemplos" de Chico Xavier e Divaldo Franco, e o que se percebe é a postura dúbia que vigora nos últimos 40 anos, em que os "espíritas" fazem juras de amor e fidelidade a Allan Kardec, mas na prática o traem abraçando práticas e abordagens contrárias às do pedagogo francês.

Eles simplesmente não investem na análise e são apenas seletivos nas citações de Allan Kardec. Tornam-se tendenciosos quando fingem concordar com Erasto, quando ele falava dos inimigos no interior da Doutrina Espírita, sem perceber que o espírito do discípulo de Paulo de Tarso se dirigia justamente aos "queridos" Chico e Divaldo, dois dos maiores inimigos da doutrina de Allan Kardec, na medida em que difundem ideias contrárias à doutrina do professor francês.

A seletividade dos textos tenta evitar pontos polêmicos, o que é contraditório para o "movimento espírita", tão inclinado a falar em conhecimento, ciência e inteligência humana. Não há sequer um confronto entre o que Chico Xavier e Divaldo Franco escreveram com o que pensava Allan Kardec, uma comparação que pudesse trazer as contradições doutrinárias observadas nos dois anti-médiuns.

De Divaldo Franco, por exemplo, quase não se observa a apreciação de livro algum de sua bibliografia. O máximo que os "espíritas" a ele solidários fazem a respeito de seus livros é apenas citar o momento do lançamento dos mesmos, em cerimônias de autógrafos e presença de membros da altíssima sociedade. 

O falecido jornalista da BBC, Malcolm Muggeridge, que "inventou" o mito de Madre Teresa de Calcutá, iria adorar, se vivo fosse, ver Divaldo Franco ao lado de governantes, empresários, socialites e deputados, na sua "humilde" capacidade de "se entrosar" com os ricos e poderosos sob o pretexto da "união sem interesses" com todas as classes, visando a "solidariedade", o "perdão" e a "paz".

Ninguém analisa as obras, os livros, ninguém confronta. Nós observamos que os trechos expostos nos blogues e publicações "espíritas" são sempre os mesmos, sempre os mesmos trechos dos livros de Allan Kardec - geralmente aqueles que foram mal traduzidos por Guillón Ribeiro - , sempre as mesmas passagens que aparentemente agradam os "espíritas", que podem interpretar em causa própria as ideias de Kardec.

O aviso de Erasto e os critérios do Controle Universal dos Ensinos dos Espíritos só são vagamente evocados e até mesmo reproduzidos em seus fundamentos, mas dentro de uma maneira tendenciosa dos picaretas se passarem por honestos condenando a picaretagem dos outros, de preferência os "peixes pequenos" dos "centros espíritas" concorrentes, geralmente de "fundo de quintal".

O fato de que a chamada "nata" do "movimento espírita" tem alta reputação e, aparentemente, goza de prestígio e popularidade, não significa que é da parte deles que está a coerência e a integridade da abordagem da Doutrina Espírita. Pelo contrário, é desses grandes nomes, que na sua vaidade acham que terão um lugar nobre no banquete divino, é que estão os piores delitos.

São os líderes "espíritas" que cobram "coerência", "paz", "conhecimento" e "união", que clamam chorosamente por "perdão e misericórdia" por erros "eventuais", que mais violam tudo isso que seus desesperados apelos pedem, em palavras arrumadas e posturas aparentemente sóbrias, falsamente nobres.

Eles é que criam conflitos ao adotar a contraditória apreciação de Kardec e de Xavier, que estabelecem incoerências, confusões, desconhecimentos diversos. São os que apoiam a falsa prática mediúnica, de forjar mensagens da própria mente do suposto médium, para disfarçar tamanhas fraudes com apelos religiosos e recados fraternais, como se isso limpasse a "impureza" da falsidade ideológica.

São eles, os líderes "espíritas", que buscam caprichar na pose de seriedade, no discuso ao mesmo tempo sereno e enérgico, nas palavras bem arrumadas e nos apelos emocionais, os que mais bagunçam com a doutrina de Allan Kardec. E se acham inabaláveis, por combinar seu status de liderança com a roupagem de humildade de suas atividades.

Eles estão confiantes que sobreviverão intatos e imunes em suas contradições. Eles se acham seguros de que Allan Kardec está no lado deles e aceita todo tipo de traição doutrinária que se vê nos livros de Chico Xavier, Divaldo Franco e companhia. 

Enganam-se os "espíritas" diante dessa tranquilidade, já que se pesquisarmos bem tudo o que é feito pelo "espiritismo" brasileiro, não haverá dificuldade em constatar que Allan Kardec reprovaria tudo isso, de maneira imediata e irreversível.

domingo, 11 de outubro de 2015

Chiquistas não costumam dar bom exemplo de solidariedade

Deu a louca na Internet. Além da mania da leitura de livros para colorir (?!) que encabeçam a lista dos mais vendidos no país - num mercado que se esperasse ser voltado para textos, não para desenhos - , agora são os internautas nas mídias sociais que passam a discriminar pessoas com senso crítico bastante aguçado.

O boicote às pessoas que "reclamam demais" é um reflexo do trauma provocado pela transformação do ativismo social emergente em junho de 2013 em focos de desordem e vandalismo. Só que, em vez dos vândalos e reacionários fanáticos serem boicotados e discriminados, são as pessoas de bem que, apenas por uma casualidade, passaram a questionar com profundidade e frequência todo tipo de problema cotidiano.

O pior exemplo vem justamente de seguidores de Francisco Cândido Xavier, que em tese se consideram dotados dos mais elevados valores de solidariedade e compaixão. Um jovem nos enviou e-mail reclamando de uma moça que o tem como seguidor no Facebook, não é uma fanática religiosa mas adora as frases de Chico Xavier, e que o desprezou num eventual encontro na rua.

"Estava eu com um amigo, andando pela rua, e essa moça me cumprimentou friamente, e parecia nervosa, como se não suportasse minha presença. Fiquei muito magoado. Ela já me foi gentil e simpática em outras ocasiões".

Depois das "patrulhas" de trolls que defendiam o "estabelecido" no Orkut e no auge do Facebook, modismo que gerou repercussão negativa depois dos ataques racistas a várias negras - entre elas a jornalista Maria Júlia Coutinho, a Maju, da Rede Globo - , agora é o afastamento das pessoas em princípio moralmente melhores, mas ainda presas a preconceitos sociais rigorosos.

As pessoas que questionam muitas coisas passam a ser vítimas de preconceito. São vistas como "chatas" e "insuportáveis". São boicotadas em eventos sociais, discriminadas no mercado de trabalho, tratadas com desdém na Internet. O Brasil passou por retrocessos profundos nos últimos 50 anos e contestar com profundidade e espírito de ação tornou-se algo equivocadamente visto como antissocial.

Claro, a influência de Chico Xavier nas mídias sociais, em que sua figura é endeusada no Facebook e no YouTube, diz muito até para gente que aparentemente nada tem a ver com ele e sua religiosidade. É porque ele é reflexo de um desejo ao mesmo tempo de isolamento das pessoas nas mídias sociais e também uma busca frenética por analgésicos sociais.

Ninguém parece interessado em melhorar o país, e as pessoas correm para refúgios, para válvulas de escape aos problemas diversos, e se não anulam em todo o ato de questionar as coisas, estabelecem limites muito rígidos.

Daí o refúgio para ver coisas engraçadas nos vídeos publicados no WhatsApp, "ler" livros para colorir, postar fotos em boates e bares, exaltar cerveja e times de futebol - cariocas, de preferência, já que o fanatismo pelo futebol, no Rio de Janeiro, é praticamente uma obrigação social: o carioca quando quer conhecer alguém pergunta seu time antes de perguntar seu nome - , e, eventualmente, a mais derramada devoção religiosa.

A busca por soluções diabéticas de anestesia social faz com que a "boa sociedade" corra para as cavernas digitais das mídias sociais, e se prender nas ilusões e fantasias diversas. Até quem é mais culto prefere viver seu saudosismo, aceitar que a MPB e o rock vão desaparecer diante da avassaladora imbecilização de falsos emepebistas e roqueiros no "céu aberto" da visibilidade.

Pessoas agora felizes porque apreciam a boa cultura nos espaços cada vez mais raros e escassos, conformados em falar consigo mesmos e expressando envergonhado mas decisivo consentimento de ver sua cultura empastelada por emissoras de FM e TV aberta que trabalham rebeldes, populares e intelectuais como verdadeiros idiotas.

E os chiquistas, eles são felizes por não precisarem de amigos, nem de familiares. Só querem saber de Chico Xavier, cultuado pela turma numerosa mas, mesmo assim, fechada, de fanáticos seguidores. Eles até têm o playground midiático aos seus pés, como também têm os arautos da mediocridade cultural ou mesmo os caricatos roqueiros amestrados pela Rádio Cidade e a paulista (e malufista) 89 FM. Afinal, quem quer o "estabelecido" tem o céu abrindo à sua frente.

Já quem quer cultura de verdade, se contenta com rádios digitais que poucos ouvem, apesar das promessas de "dominar o mundo". Mas as FMs caricatas, mesmo as que repousam sob o rótulo de "rádios rock", também têm canais na Internet e, mesmo canastronas, roubam a cena, por causa de um lobby poderoso do mercado associado. 

Todos ficam felizes nos seus espaços fechados. Fala-se até em maçonificação da cultura de qualidade, transformada num clube fechado de poucos privilegiados que só falam entre si e mal conseguem aparecer na sociedade. 

Se alegram quando um músico de MPB toca num programa de fim de noite numa TV comunitária, em que mesmo apenas um quinto da "maçonaria" é informado de sua ocorrência. Ficam de braços cruzados, com a dupla satisfação que a MPB, na grande mídia, "vive" na sua fossilizada forma de tributos e homenagens, sem produzir coisa nova e de impacto diante da selva de ídolos bregas e cada vez mais comerciais.

Questionar tudo isso é visto como antissocial, porque questionar o jeitinho brasileiro que transforma injustiçados em resignados cria uma série de tensões que ninguém quer assumir. O jeito é colocar os problemas debaixo do tapete e se refugiar em adegas para beber "aquele licor" de gosto doce e amargo ao mesmo tempo e jogar conversas engraçadas fora.

Ser amigo virou um processo de pessoas competirem com piadas. Rodas de amigo mais parecem concursos de stand up comedy, frequentemente com a diferença que os comediantes informais ficam sentados. Não é um senso de humor espontâneo, porque as pessoas não parecem inclinadas a transmitir afeições, mas trocar com os outros não ideias, mas piadas hilariantes.

Os chiquistas é que simulam algo mais "fraternal" e "amigo", quando se ligam à devoção religiosa. Eles até que não são muito afeitos a piadas, da qual sentem apreço moderado, até pelo fato de que, por exemplo, concebem uma vida espiritual na forma do sisudíssimo bosque com prédios imponentes que atribuem à suposta colônia Nosso Lar.

Mas o que une chiquistas e "laicos" é o desprezo à verdadeira solidariedade, a criminalização da contestação crítica dos retrocessos cotidianos, algo aberrante se percebemos que existe maior aceitação social para pessoas que chamam Lula e Dilma de "gângsteres nazistas". Muitos sentem medo de ver antigos feminicidas morrerem de repente, mas aceitam que outros perguntem "por que não mataram todos (os esquerdistas) em 1964?".

Essas ocorrências só mostram o quanto é deficitária a noção de solidariedade, fraternidade e respeito humano. As pessoas não repudiam tanto os Revoltados On Line e, entre um Kim Kataguiri e um anônimo que questiona as arbitrariedades do establishment midiático e mercadológico, eles ficam com o primeiro, que lhes parece "menos chato".

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

O "Espiritismo" brasileiro vai ficar calado diante do avanço do Fundamentalismo Cristão? Certamente vai

O "espíritas" brasileiros são um bando de ingênuos, só pode ser! Um imenso e cruel fundamentalismo cristão prestes a se instalar no país, com meta de eliminar uma grande quantidade de direitos fundamentais e eles se preocupando em associar uma descoberta em outro planeta com o Único propósito de canonizar o seu querido aiatolá Come Ninguém, o tal do Chico Xavier como "dono máximo da humanidade terrena".

É risível ver que os brasileiros que pensam que são "espíritas" fiquem ocupados e preocupados com algo que não vai interferir em nosso cotidiano e que só serve para satisfazer as suas taras particulares por um velhinho inútil que nada contribuiu para a melhoria geral de toda a sociedade, glorificado apenas por causa de um estereótipo que não condiz com a realidade.

E sinceramente, o "Espiritismo" brasileiro se junta aos fundamentalistas cristãos na responsabilidade pelas consequências que haverão com a imitação drásticas de direitos humanos com o intuito de satisfazer uma divindade cuja existência nunca foi comprovada e nem tem condições de ser.

Ao invés de estimular a racionalidade que deveria ser peculiar à doutrina, o "Espiritismo" brasileiro preferiu levar adiante a fé cega, parasitando a ciência para que ela aprove as tolices que surgiram através da fé cega. Para os "espíritas" a ciência é apenas um cartório para legitimar a fé irracional.

E enquanto os tolos comemoram uma conquista científica como se fosse a canonização de um suposto líder religioso (e puramente religioso), os neo-pentecostais seguem silenciosamente fazendo seu vandalismo sacro, destruindo conquistas sociais e instalando no Brasil uma réplica modernosa do trevoso mundo medieval dos feudos e da teocracia política.

O "Espiritismo" brasileiro jogou na incineradora a oportunidade de educar a sociedade para a racionalidade séria, preferindo se ocupar com asneiras cada vez mais absurdas e do fanatismo cego por um caipira mineiro que correspondia a estereótipos superficiais que agradam as taras cristãs típicas de preguiçosos intelectuais em momentos de carência.

Os "espíritas" brasileiros responderão por esta violenta negligência e a cada dia provam ser uma seita irracional, tola, babaca e que prefere mendigar a aprovação de cientistas para as suas asneiras do que se esforçar por uma racionalidade séria, responsável quefaça o mundo andar para a frente e não ara trás como tem sido.

Cada vez mais sabemos que Chico Xavier foi o grande câncer que destrói ainda mais o Brasil. Os neo-pentecostais agradecem ao "bom velhinho" e aiatolá dos "espíritas", pelo favor prestado a eles.

A teimosia dos "espíritas" tradicionais

Fica aqui a impressão de que nosso trabalho de coerência doutrinária é em vão. mesmo com alto nível de apostasia, há seguidores de Chico ...