sexta-feira, 3 de julho de 2015

O Deus antropomorfizado dos "espíritas" brasileiros

Embora neguem até o fim, os espiritólicos, como deveriam ser conhecidos os "espíritas" brasileiros, também acreditam, a sua maneira, no Deus antropomórfico. Se para os seguidores da FEB, Deus não se assemelha aos homens em corpo, se assemelha na alma. E isso é tão errado quanto acreditar no Deus-humano defendido pelas outras religiões.

Os espiritólicos acreditam que Deus é um espírito como nós, privilegiado, julgador, mandão e que apesar de dar a reencarnação como nova chance, não deixa de punir (o que vai contra a noção do "amor" infinito de Deus - "amor" vem entre aspas porque não sabemos como é de fato esse amor) e de escolher seus privilegiados favoritos (como por exemplo, no mito do "povo escolhido", os brasileiros, segundo os dogmas da FEB). Essa imagem divina foge completamente da lógica e do bom senso.

Ainda não sabemos como é Deus. E nem vamos saber tão cedo. Não que Deus não queira se mostrar, pelo contrário. Mas o problema é que Ele se encontra num estado que não temos condições de compreender. O que se sabe que humano, ele não é. Mais provável que seja um tipo de energia central, um tera-poderoso campo de força.

Os espíritos, conhecendo as limitações das pessoas na Terra, se limitaram a definir Deus como uma inteligência suprema e causa primária sobre todas as coisas, o que é uma excelente definição. E o mais legal é que quando Allan Kardec fez a pergunta preferiu usar a expressão "o que é Deus?", para deixar claro que além de não sabemos do que se trata, Kardec sugeria que sua condição e forma não poderia ser humana.

A existência da forma humana de Deus se deu ao mesmo tempo pela nossa limitação de compreensão do universo ao nosso redor e da necessidade instintiva de possuir um tutor, como nós conhecemos. A falta de referências e a nossa recusa em desenvolver o intelecto nos impede de entender coisas que estão muito além de nós. Ainda teremos muito o que aprender para tentar entender Deus ou coisa parecida, seja qual o nome tiver (Deus não tem nome, nós o chamamos assim).

Por enquanto acreditamos no Deus antropomórfico, seja encarnado ou não. Quando nos amadurecermos e aprendermos a caminhar com as nossas pernas, sem a necessidade de tutores, Deus ou a Força que "governa" este universo, poderá encontrar um modo de se mostrar a nós. Por enquanto, crianças que somos, acreditemos nas fantasias que nos iludem, mas também nos confortam.

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